ANO NOVO, NOVO SITE!

  • O novo site 3R's em: http://movimento-3rs.jimdo.com



  • CENSURA: Quem tem medo do movimento de professores 3R's?

    ‎24 horas depois de sair o artigo no jornal Público (colocado no post anterior) que referia o movimento de professores e educadores 3R's (em contraste com a política dos dirigentes sindicais) o blogue do movimento 3R’s foi removido durante quase 1 semana... Porque será?

    - Será que é porque durante os últimos 3 anos o movimento de professores e educadores 3R's tem estado, sempre sem sectarismo, nos protestos a favor da classe docente dinamizados tanto pelos sindicatos como pelos chamados movimentos independentes?;

    -Será que é devido às suas colunas em várias manifestações muito animadas e combativas (exemplo: 6 Novembro 2010, 12 Março 2011, 1 Outubro, 15 Outubro e 24 Novembo de 2011)?;

    - Será que é porque o blogue 3R's atingiu nos últimos meses dezenas de milhares de visitas e popularidade no facebook?;

    - Será que é porque o movimento de professores 3R´s é o único que denunciou e denuncia, simultaneamente dentro e fora dos sindicatos, os acordos/memorandos assinados pelos dirigentes sindicais com o governo mas não sufragados democraticamente pela base dos docentes?;

    - Será que é porque o movimento de professores 3R's defende intransigentemente a limitação de mandatos de dirigentes sindicais (alguns dos quais a tempo inteiro há 25 anos seguidos)?

     Por muita censura/ataques, não desistiremos, com muitos colegas, de Renovar, Refundar e Rejuvenescer (3R´s) o movimento de professores... A precariedade crescente na nossa classe docente e nas nossas vidas assim o exige!

    Milhares de pessoas na Manifestação no dia da Greve Geral



    Mais uma vez muitas e muitas pessoas não quiseram ficar à espera do próximo ataque/roubo do governo e começaram a sair de casa para defender os seus direitos e os dos seus filhos. E demonstrou-se que é possível conciliar uma greve geral com uma grande manifestação no mesmo dia (o que nunca tinha acontecido em Portugal e foi graças ao 15 de Outubro que isso aconteceu pela primeira vez). A maioria integrou a Manifestação organizada pelo 15 de Outubro e fomos milhares do Marquês do Pombal até à Assembleia da República a protestar pacificamente. E pela primeira vez os "INDIGNADOS NAS ESCOLAS" com muitos professores, funcionários, alunos e pais se juntaram aos outros movimentos que constituem o 15 de Outubro. JUNTOS SOMOS MAIS FORTES!

    Apesar dos infelizes acontecimentos que ocorreram no final da manifestação, realizados por meia dúzia de pessoas de cara tapada que não representavam a grande maioria dos manifestantes presentes e que naturalmente são aproveitados a favor do governo, esta grande manifestação foi claramente um sucesso e dá mais força a quem não aceita que a dívida dos ricos seja paga por quem trabalha.
    Muitas frases se ouviram ao longo da Manifestação nomeadamente:
    PARA OS BANCOS HÁ MILHÕES, PARA NÓS SÓ HÁ TOSTÕES!
    QUEM DEVE AQUI DINHEIRO É O BANQUEIRO!
    A RUA É NOSSA, A DÍVIDA NÃO!

    O 15 de Outubro foi só o começo!

    Novo Movimento de professores, funcionários, psicólogos, animadores, pais e alunos estreia-se hoje na Manifestação!

    Novo movimento "INDIGNADOS NAS ESCOLAS" que pretende unir vários sectores que estão diariamente nas escolas em defesa nomeadamente do presente e do futuro dos alunos, estreia-se hoje na Manifestação às 14h30 no Marquês do Pombal (ponto de encontro à frente do Diário de Notícias).

    Se estás farto da unidade dos poderosos para te "tramar" a tua vida e a dos teus alunos/filhos; e se acreditas que só com a unidade de todos nós, é que podemos ajudar a começar a mudar isto, dá uma "olhada" na nova página no facebook (e se concordares adere ao evento e divulga entre os teus contactos):

    A GREVE GERAL NO ENSINO

    Mais uma escola fechada devido à Greve Geral!
    A adesão de professores e funcionários à Greve Geral levou ao encerramento da Escola de S. Julião da Barra (Oeiras). Mesmo assim, alguns professores da Escola de S. Julião da Barra apesar de num dia normal entrarem em serviço mais tarde, apresentaram-se hoje às 7h45 da manhã à frente da escola. Para quê? Para falar e entregar aos Encarregados de Educação o seguinte comunicado.

    Nesse comunicado explicámos algumas das razões que nos levaram a fazer greve (professores e funcionários). Não desistimos de tentar ganhar a chamada “opinião pública” que sistemática e diariamente recebe a “propaganda” (dos grandes grupos económicos que detêm os grandes media) contra a greve e contra quem trabalha nas escolas. A reacção dos Encarregados de Educação foi muito positiva e solidária, mais uma vez, contrastando com muito do que se vê nos principais canais de televisão onde alegadamente a Greve seria mal vista por todos.

    Apesar de nos termos dirigido ao nosso local de trabalho mais cedo do que o habitual, não assinámos os livros de ponto (porque estamos em Greve) e por isso vai-nos ser descontado um dia de salário. Pelos direitos presentes e futuros de quem trabalha neste país estamos dispostos a isso e muito mais!

    Ainda hoje, sairemos vários carros da Escola de S. Julião da Barra às 13h45 em direcção à Manifestação no Marquês do Pombal às 14h30. A luta continua!

    Adaptado de um texto que nos enviaram

    GREVE  GERAL
    Aconteceu numa 5ª feira de 1890. Eram cerca de 8000 operários nas ruas de Lisboa. Decidiram rumar ao cemitério dos Prazeres e prestar homenagem a José Fontana, fundador da Fraternidade Operária e um dos primeiros socialistas em Portugal. Ali mesmo vários tomaram a palavra para defender uam coisa simples: uma jornada máxima de 8 horas de trabalho por dia. No ano anterior, em Paris, um congresso de trabalhadores reunia-se para apelar a que naquela 5ª feira de 1890 as ruas e praças fossem ocupadas não só em Lisboa mas em todo o mundo para lembrar os mártires de Chicago. Quatro anos antes em Chicago, foi em nome dessas mesmas 8 horas que meio milhão de trabalhadores fizeram greve e marcharam pela cidade. A polícia reprimiu a manifestação, matou dezenas de grevistas e julgou os responsáveis. Georg Engel, Adolf Fischer, Albert Parsons e Auguste Spies foram enforcados. Em cada 1º de Maio o mundo recorda-os.

    Nessa altura em Portugal como pelo mundo, o contrato de trabalho quase não existia. Nem férias, nem protecção na doença, nem segurança social nem educação pública. Os trabalhadores começavam a juntar-se em associações de socorros mútuos. Os sindicatos eram coligações operárias ilegais. A greve era proibida. Mesmo proibidos os trabalhafdores paravam. Havia o medo e a incerteza do resultado. Mas arriscavam. Foi assim em 1842 na Inglaterra e em Gales. Foi assim em Portugal em 1849. Em Chicago em 1886. E não mais parou. Foram greves que trouxeram saúde e educação, impostos para os mais ricos e até o sufrágio unversal. Os trabalhadores não faziam greve porque tinham contrato e direitos. Tiveram contrato e direitos porque fizeram greve. Estamos em 2011 e Portugal mudou muito e esqueceu muito. Há 900 mil trabalhadores sem contrato de trabalho: passam recibos verdes  e na lei não se prevê que façam greve.  Mais de 700 mil não encontram trabalho. Dois milhões são precários.  Muitos, se querem juntar-se têm de fazê-lo clandestinamente.


    Se em 1891 o governo monárquico fixava as 8 horas para alguns sectores, 120 anos depois o governo já decidiu que quer acabar com isso e vai aumentar meia hora por dia o horário dos trabalhadores. Os patrões agradecem e calculam o lucro que lhes vai dar o dia de trabalho gratuito.
    Na Grécia como em Portugal, se hoje o capitalismo tolera o sufrágio, ele dispensa a democracia. Se não propõe a escravatura ele exerce-a de novas formas. Se não proíbe a greve, expulsa os trabalhadores do contrato. E a ditadura da dívida dita a impossibilidade de escolhas. Vai acontecer em 24 de Novembro. Há quem diga que não vale a pena porque se perde o dia de salário ou se arrisca o contrato ou porque se não o temos ela não é para nós. Mas nunca fizemos greve por termos contrato e direitos. Teremos contrato e direitos SE fizermos greve.

    Há quem diga que nós não temos nada a ver com esta greve geral, que estamos bem obrigado. Mas isso é mentira! Na próxima 6ª feira já vais ver o teu 13º mês reduzido pela irresponsabilidade de quem nos tem governado.  Já viste o IVA aumentado na electricidade, os aumentos brutais nos transportes, educação, saúde, etc. Querem aumentar-nos o horário de trabalho e reduzir os nossos direitos. Querem conduzir-nos à escravatura moderna. O progresso está em marcha-atrás. O crescimemto dos muitos ricos aumenta à medida que ficamos mais pobres, mais calados, mais um número apenas.

    É preciso pagar a dívida? Mas primeiro mostrem-nos as contas! Exigimos uma auditoria pública independente a todos e cada um dos contratos da dívida. Não vamos continuar a acreditar em quem não tem feito outra coisa senão mentir, explorar e roubar. Não passamos cheques em branco. Exigimos respeito! Enquanto não se concluir essa auditoria popular, paremos a sangria/fuga de dinheiro da Saúde, Educação e Segurança Social Pública para pagar essa dívida. Suspendamos o pagamento da dívida para podermos investir no emprego, aumentar os salários de miséria e parar a destruição dos serviços públicos fundamentais enquanto não soubermos quem fez esta dívida que nos asfixia cada vez mais. Que quem lucrou com a dívida que a pague!

    AMANHÃ TALVEZ TENHA DE ME SENTAR FRENTE AOS MEUS FILHOS E DIZER-LHES QUE FOMOS DERROTADOS, QUE NÃO SOUBEMOS COMO FAZER PARA GANHAR. MAS NÃO PODERIA OLHÁ-LOS NOS OLHOS E DIZER-LHES QUE ELES VIVEM ASSIM PORQUE EU NÃO TIVE CORAGEM PARA LUTAR.

    DIA 24 DE NOVEMBRO: GREVE GERAL E MANIFESTAÇÃO ÀS 14H30 NO MARQUÊS DO POMBAL. Ponto de Encontro à frente do Diário de Notícias.

    Esclarecimentos sobre direito à greve

    O direito à Greve está consagrado na Constituição da República Portuguesa (Artigo 57.º) e traduz-se como uma garantia, competindo ao trabalhador a definição do âmbito de interesses a defender através do recurso à Greve.
    http://www.spgl.pt/artigo.aspx?sid=295dd652-5d7b-42d4-9dd4-e0f9d981584b&cntx=RpFN3ZQJ%2F56Dlq6ZnAMjb92WRcwQfkESuADs5c4wXFsnyXQlfyaygmnjXlC%2Fkjcl

    AOS PROFESSORES QUE LECIONAM CEF E CURSOS PROFISSIONAIS

    Face a dúvidas surgidas sobre a adesão à greve por parte dos professores que lecionam cursos CEF e profissionais, a Direção do SPGL esclarece que:
    1.     O direito à greve estende-se a todos os cidadãos e portanto também, a estes professores.
    2.     A adesão à greve implica desconto no vencimento.
    3.     A reposição de aulas só deve ser feita após uma ordem escrita da direção nesse sentido.
    4.     A reposição das aulas implica o seu pagamento.
    5.     Há já decisão do Tribunal nesse sentido.

    A Direção do SPGL

    Mais se acrescenta na Constituição da República: a lei não pode limitar este direito!
    Por vezes, procurando condicionar o direito à Greve, alguns serviços e/ou dirigentes da administração educativa informam incorretamente os educadores e professores sobre os procedimentos a adotar em dia de Greve. Para que não restem dúvidas sobre a forma de aderir à Greve e as suas consequências, respondemos a algumas das perguntas que mais frequentemente surgem:
    1. Os professores têm de pedir autorização ou comunicar previamente a sua adesão à Greve?
    - NÃO! Como é óbvio, a adesão à Greve não carece de autorização nem de comunicação prévia. Esta comunicação é feita pelos Sindicatos que, nos termos da Lei, entregam no Ministério da Educação e noutros que têm sob sua tutela, um Pré-Aviso de Greve.
    2. Tem de se ser sindicalizado para poder aderir à Greve?
    - NÃO! De facto, só as organizações sindicais têm capacidade para convocar uma Greve, porém, fazendo-o, o Pré-Aviso entregue às entidades patronais abrange todos os profissionais independentemente de serem ou não sindicalizados.
    3. Um professor pode aderir à Greve no próprio dia?
    - SIM! Pode mesmo acontecer que o docente já esteja no local de trabalho ou até tenha iniciado a atividade e, em qualquer momento, decida aderir à Greve.
    4. O professor tem de estar no local de trabalho durante o período de Greve?
    - NÃO! No dia de Greve o professor não tem de se deslocar à escola embora, se o quiser fazer, não esteja impedido disso.
    5. O professor tem de justificar a ausência ao serviço em dia de Greve?
    - NÃO! No dia da Greve só tem de justificar a ausência ao serviço quem tiver faltado por outras razões. Quem adere à Greve não deve entregar qualquer justificação ou declaração, cabendo aos serviços, através da consulta dos livros de ponto ou de registo de presença, fazer o levantamento necessário.
    6. A adesão à Greve fica registada no Processo Individual do Professor?
    - NÃO! É expressamente proibida qualquer anotação sobre a adesão à Greve, designadamente no Registo Biográfico dos professores. As faltas por adesão à greve, a par de outras previstas na lei, são apenas estatísticas.
    7. Há alguma penalização na carreira pelo facto de um professor ter aderido à Greve?
    - NÃO! A adesão à Greve não é uma falta, mas sim a quebra do vínculo contratual durante o período de ausência ao serviço, encontrando-se “coberta” pelo Pré-Aviso entregue pelas organizações sindicais. Daí que não haja qualquer consequência na contagem do tempo de serviço para todos os efeitos legais (concursos, carreira ou aposentação), nas bonificações previstas na lei ou no acesso a todas as regalias e benefícios consagrados no estatuto da carreira docente ou no regime geral da Administração Pública.
    A única consequência é o não pagamento desse dia e do subsídio de refeição pela entidade patronal.
    8. O dia não recebido é considerado para efeitos de IRS?
    - NÃO! No mês em que for descontado esse dia de Greve (deverá ser no próprio mês ou, na pior das hipóteses, no seguinte) o cálculo de desconto para o IRS e restantes contribuições será feito, tendo por referência o valor ilíquido da remuneração processada, portanto, não incidindo no valor que não é recebido.
    9. Um professor que leciona CEF ou cursos profissionais tem de repor as aulas do dia de greve?
    - Não! Se tiver que o fazer para completar o número mínimo de horas de formação dos alunos, tem de ser remunerado extraordinariamente por esse trabalho.
    10. Os membros dos órgãos de gestão podem aderir à Greve não comparecendo na escola?
    - SIM! A forma de aderir à Greve por parte dos membros dos órgãos de gestão é a mesma que foi referida para qualquer outro docente.
    11. Os Professores e os Educadores de Infância podem ser substituídos em dia de Greve?
    - NÃO! Nenhum trabalhador pode ser substituído por outro em dia de Greve. Um professor que tenha distribuído serviço de substituições em dia de greve, deve entrar em greve, sem hesitar. Dessa forma contribuirá para ampliar o efeito da greve na sua escola.
    Nota: qualquer outra dúvida que surja sobre o direito à Greve deverá ser-nos apresentada. Qualquer forma de “pressão” que seja exercida sobre os professores, no sentido de os condicionar na decisão sobre a adesão à Greve deverá ser-nos comunicada.

    A Direção do SPGL

    Subsídio de natal e de férias? SIM ELES EXISTEM!


    Austeridade e mais austeridade mas pelos vistos há filhos e enteados. Os nomeados pelo governo e os deputados têm direito (ao contrário dos restantes funcionários públicos)  aos tão desejados subsídios de férias e Natal.

    No Diário da República electrónico:

    http://dre.pt/pdf2sdip/2011/11/217000000/4478544785.pdf


    QUEM PAGA? O mesmo de sempre…

    BASTA! Esta quinta, 24 de Novembro: GREVE GERAL e manifestação às 14h30 no Marquês do Pombal.
    Ponto de encontro do movimento de professores e educadores 3R's: à frente do Diário de Notícias.

    FAÇAMOS GREVE GERAL E MANIFESTAÇÃO: 24 Novembro, às 14h30 no Marquês do Pombal!

    AFINAL NA "UNIÃO" EUROPEIA: Quem deve o quê a quem?

    Há algum tempo, foi publicada, na revista alemã Stern, uma “carta aberta” de um cidadão alemão, Walter Wuelleenweber, dirigida a “caros gregos”, com um título e sub-título:
    Depois da Alemanha ter tido de salvar os bancos,
    agora tem de salvar também a Grécia
    Os gregos, que primeiros fizeram alquimias com o euro,
    agora, em vez de fazerem economias, fazem greves
    Caros gregos,
    Desde 1981 pertencemos à mesma família.
    Nós, os alemães, contribuímos como ninguém mais para um Fundo comum, com mais de 200 mil milhões de euros, enquanto a Grécia recebeu cerca de 100 mil milhões dessa verba, ou seja a maior parcela per capita de qualquer outro povo da U.E.
    Nunca nenhum povo até agora ajudou tanto outro povo e durante tanto tempo.
    Vocês são, sinceramente, os amigos mais caros que nós temos.
    O caso é que não só se enganam a vocês mesmos, como nos enganam a nós.
    No essencial, vocês nunca mostraram ser merecedores do nosso Euro. Desde a sua incorporação como moeda da Grécia, nunca conseguiram, até agora, cumprir os critérios de estabilidade. Dentro da U.E., são o povo que mais gasta em bens de consumo
    Vocês descobriram a democracia, por isso devem saber que se governa através da vontade do povo, que é, no fundo, quem tem a responsabilidade. Não digam, por isso, que só os políticos têm a responsabilidade do desastre. Ninguém vos obrigou a durante anos fugir aos impostos, a opor-se a qualquer política coerente para reduzir os gastos públicos e ninguém vos obrigou a eleger os governantes que têm tido e têm.
    Os gregos são quem nos mostrou o caminho da Democracia, da Filosofia e dos primeiros conhecimentos da Economia Nacional.
    Mas, agora, mostram-nos um caminho errado. E chegaram onde chegaram, não vão mais adiante!!!

    Na semana seguinte, Stern publicou uma carta aberta de um grego, dirigida a Wuelleenweber:
    Caro Walter,
    Chamo-me Georgios Psomás. Sou funcionário público e não “empregado público” como, depreciativamente, como insulto, se referem a nós os meus compatriotas e os teus compatriotas.
    O meu salário é de 1.000 euros. Por mês, hem!... não vás pensar que por dia, como te querem fazer crer no teu País. Repara que ganho um número que nem sequer é inferior em 1.000 euros ao teu, que é de vários milhares.
    Desde 1981, tens razão, estamos na mesma família. Só que nós vos concedemos, em exclusividade, um montão de privilégios, como serem os principais fornecedores do povo grego de tecnologia, armas, infraestruturas (duas autoestradas e dois aeroportos internacionais), telecomunicações, produtos de consumo, automóveis, etc.. Se me esqueço de alguma coisa, desculpa. Chamo-te a atenção para o facto de sermos, dentro da U.E., os maiores importadores de produtos de consumo que são fabricados nas fábricas alemãs.
    A verdade é que não responsabilizamos apenas os nossos políticos pelo desastre da Grécia. Para ele contribuíram muito algumas grandes empresas alemãs, as que pagaram enormes “comissões” aos nossos políticos para terem contratos, para nos venderem de tudo, e uns quantos submarinos fora de uso, que postos no mar, continuam tombados de costas para o ar.
    Sei que ainda não dás crédito ao que te escrevo. Tem paciência, espera, lê toda a carta, e se não conseguir convencer-te, autorizo-te a que me expulses da Eurozona, esse lugar de VERDADE, de PROSPERIDADE, da JUSTIÇA e do CORRECTO.
    Estimado Walter,
    Passou mais de meio século desde que a 2ª Guerra Mundial terminou. QUER DIZER MAIS DE 50 ANOS desde a época em que a Alemanha deveria ter saldado as suas obrigações para com a Grécia.
    Estas dívidas, QUE SÓ A ALEMANHA até agora resiste a saldar com a Grécia (Bulgária e Roménia cumpriram, ao pagar as indemnizações estipuladas), e que consistem em:
    1. Uma dívida de 80 milhões de marcos alemães por indemnizações, que ficou por pagar da 1ª Guerra Mundial;
    2. Dívidas por diferenças de clearing, no período entre-guerras, que ascendem hoje a 593.873.000 dólares EUA.
    3. Os empréstimos em obrigações que contraíu o III Reich em nome da Grécia, na ocupação alemã, que ascendem a 3,5 mil milhões de dólares durante todo o período de ocupação.
    4. As reparações que deve a Alemanha à Grécia, pelas confiscações, perseguições, execuções e destruições de povoados inteiros, estradas, pontes, linhas férreas, portos, produto do III Reich, e que, segundo o determinado pelos tribunais aliados, ascende a 7,1 mil milhões de dólares, dos quais a Grécia não viu sequer uma nota.
    5. As imensuráveis reparações da Alemanha pela morte de 1.125.960 gregos (38,960 executados, 12 mil mortos como dano colateral, 70 mil mortos em combate, 105 mil mortos em campos de concentração na Alemanha, 600 mil mortos de fome, etc., et.).
    6. A tremenda e imensurável ofensa moral provocada ao povo grego e aos ideais humanísticos da cultura grega.
    Amigo Walter, sei que não te deve agradar nada o que escrevo. Lamento-o.
    Mas mais me magoa o que a Alemanha quer fazer comigo e com os meus compatriotas.
    Amigo Walter: na Grécia laboram 130 empresas alemãs, entre as quais se incluem todos os colossos da indústria do teu País, as que têm lucros anuais de 6,5 mil milhões de euros. Muito em breve, se as coisas continuarem assim, não poderei comprar mais produtos alemães porque cada vez tenho menos dinheiro. Eu e os meus compatriotas crescemos sempre com privações, vamos aguentar, não tenhas problema. Podemos viver sem BMW, sem Mercedes, sem Opel, sem Skoda. Deixaremos de comprar produtos do Lidl, do Praktiker, da IKEA.
    Mas vocês, Walter, como se vão arranjar com os desempregados que esta situação criará, que por ai os vai obrigar a baixar o seu nível de vida, Perder os seus carros de luxo, as suas férias no estrangeiro, as suas excursões sexuais à Tailândia?
    Vocês (alemães, suecos, holandeses, e restantes “compatriotas” da Eurozona) pretendem que saíamos da Europa, da Eurozona e não sei mais de onde.
    Creio firmemente que devemos fazê-lo, para nos salvarmos de uma União que é um bando de especuladores financeiros, uma equipa em que jogamos se consumirmos os produtos que vocês oferecem: empréstimos, bens industriais, bens de consumo, obras faraónicas, etc.
    E, finalmente, Walter, devemos “acertar” um outro ponto importante, já que vocês também disso são devedores da Grécia:
    EXIGIMOS QUE NOS DEVOLVAM A CIVILIZAÇÃO QUE NOS ROUBARAM!!!
    Queremos de volta à Grécia as imortais obras dos nosos antepassados, que estão guardadas nos museus de Berlim, de Munique, de Paris, de Roma e de Londres.
    E EXIJO QUE SEJA AGORA!! Já que posso morrer de fome, quero morrer ao lado das obras dos meus antepassados.
    Cordialmente,
    Georgios Psomás