ADESÃO À GREVE DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA DE 4 DE MARÇO UNIDADE DE TODA A A.P. PELAS REIVINDICAÇÕES TODOS JUNTOS CONTRA O GOVERNO DE SÓCRATES Os governos de Sócrates têm-se revelado dos mais destrutivos dos direitos de quem trabalha, incluindo os trabalhadores da Administração Pública (AP), desde o 25 de Abril. O “socratismo”, quer o da maioria absoluta quer o da actual maioria relativa, roubou-nos tempo de serviço, aumentou a idade de aposentação, reduziu o valor das reformas, alargou horários de trabalho, introduziu sistemas de avaliação na AP cujo único objectivo é colocar entraves à progressão nas carreiras e à melhoria salarial, e fez crescer o número de trabalhadores precários na AP. Tudo em nome da “redução das despesas públicas” e do “combate ao défice”. Sócrates não quis saber do défice quando, em 2008, foi buscar aos cofres públicos 7,4 mil milhões de euros para dar aos banqueiros – dinheiro dos nossos impostos. Foi em resultado disso que, num cenário que todos dizem de “crise”, a banca viu aumentados os seus lucros em 2009 (os ganhos dos 4 maiores bancos subiram 13,7%!). Agora o governo quer cobrar dos trabalhadores da AP o que deu aos banqueiros, recusando-se a aumentar-lhes os salários, exigindo-lhes maiores sacrifícios e ameaçando-os com outras medidas de “austeridade” num futuro próximo. Ao mesmo tempo, anuncia privatizações e mega-negócios com privados e aparece aos olhos de toda a gente como um governo cada vez mais envolvido em escândalos de corrupção. Este governo de José Sócrates e do PS já demonstrou largamente qual é a classe que defende e qual a que ataca. A sua política afunda o país, destrói o emprego e o salário da classe trabalhadora e, por via das alianças com o CDS e PSD, abre o caminho à ascensão dos partidos de direita. É um governo cujo prazo de validade já terminou. Por isso os partidos de esquerda antigovernamentais que se assumem como representantes dos trabalhadores têm a responsabilidade de acelerar por todos os meios o seu derrube, seja mobilizando de forma unida e consequente as camadas populares, seja apresentando uma moção de censura na Assembleia da República e afirmando deste modo que há uma alternativa a este governo. Não estamos condenados a suportar o liberalismo de José Sócrates nem a limitar-nos a exigir paliativos para a sua política. É por isso que os professores, reunidos em AGS em 26 de Fevereiro, saúdam a exemplar luta dos enfermeiros (3 dias de greve seguidos que terminaram com uma grande manifestação do sector em finais de Janeiro), assim como dos trabalhadores que, por todo o país, combatem pela defesa dos seus postos de trabalho, pelo pagamento de salários em atraso, por melhores condições de trabalho, etc.. É necessário e urgente que as organizações sindicais, em particular a CGTP, organizem a unificação de todos os sectores, do público e do privado, contra as medidas deste governo e os ataques do patronato. É também por isso que os professores reunidos na AG de Sócios do SPGL de 25 de Fevereiro decidem responder positivamente ao apelo da Frente Comum para uma greve geral da AP no dia 4 de Março: Pela reposição do tempo de serviço congelado aos trabalhadores da AP; Pela reposição dos direitos de aposentação em vigor na AP até 2005; Contra o SIADAP e as quotas na avaliação de desempenho; contra qualquer contingentação por vagas e/ou quotas que impeça os trabalhadores, e em particular os professores, de progredirem nas suas carreiras; Contra a precariedade e pela vinculação imediata dos professores, auxiliares e outros trabalhadores precários da AP com vários anos de serviço; Pela abertura de vagas de quadro em todos os serviços públicos, e em particular nos quadros de escola; Contra uma carreira docente demasiado longa, que impede a maioria dos professores de acederem ao topo; Por horários de trabalho dignos; Por um aumento geral dos salários e das reformas