Quebrámos o silêncio... e voltaremos sempre que necessário!

Sobre o protesto de 13 de Setembro
O protesto de professores contratados “Vuvuzelas contra a Precariedade e o desemprego”, impulsionado em Lisboa pelo Movimento 3Rs no passado dia 13 de Setembro, primeiro dia de aulas, frente ao ME, constituiu uma acção positiva e que deixou frutos para o futuro. Compareceram 50 professores, na sua esmagadora maioria contratados que, apesar do seu número pouco expressivo, marcaram a com entusiasmo e animação ao som de vuvuzelas o único protesto que contrariou a “normalidade” apregoada por Isabel Alçada e Sócrates para o início do ano lectivo. Exigimos a vinculação dos colegas contratados, direitos iguais para os educadores das NOs e AECs, menos alunos por turma, subsídio de alojamento e transportes, fim desta avaliação de desempenho...
Aquele protesto contra a precariedade, que este ano atinge um novo record (já vai neste momento em mais de 20 mil professores contratados e ainda faltam os contratos de super exploração para as AECs e NOs...), bem podia ter sido maior se as organizações sindicais abandonassem a pacificação e desmobilização da classe com que se comprometeram com a ministra no famigerado Acordo de 8 de Janeiro e se associassem também aos protestos de pais em diversos pontos do país contra o encerramento de escolas; mas, e esta talvez seja afinal a razão principal porque o protesto foi positivo, demonstrámos que é possível organizar acções de luta de forma independente dos dirigentes sindicais. No dia 13, apesar de ser necessário e adequado, a desmobilização da classe não contribuiu para uma acção massiva; mas voltaremos sempre que necessário, particularmente quando milhares de colegas procurarem uma via de luta independente daqueles dirigentes... Também os milhares de professores que receberam a convocatória da acção ficaram a saber que é possível construir uma via de luta coerente e independente.

Em Braga, onde os colegas do Movimento Professores Revoltados tinham conseguido juntar num acção semelhante em Junho passado cerca de 60 professores, não se obteve o mesmo êxito e a participação foi claramente insuficiente; afinal, a preparação da acção em Lisboa foi antecedida de 2 encontros onde participaram dezenas de professores.
A ministra, que no próprio dia 13 declarava ao Público que “vamos ver se é possível abrir um concurso extraordinário” e que ameaçava - ou desculpava-se - com o controlo orçamental por parte do ministério das finanças e do governo (de que faz parte...) para não garantir a abertura de vagas no quadro para os milhares de professores que têm uma vida precária e adiada, teve assim uma amostra da revolta possível. Prepare-se, porque também não recuaremos na construção – necessária e urgente – de um movimento amplo, combativo e de base e a nível nacional de professores contratados pela vinculação e estabilidade, onde sejam os próprios professores a decidir os seus passos.
Voltaremos sempre que necessário!