Precariedade nos professores e a MANIFESTAÇÃO 19 MAIO!

A primeira incerteza de sermos professores é quando terminamos o curso e não sabemos que futuro se adivinha. Começamos por trabalhar no Enriquecimento Curricular, sujeitando-nos a sermos humilhados pelos próprios colegas de profissão. Todavia como estamos iludidos acreditar que este tempo de serviço conta para a função pública tapamos muitas vezes os nossos ouvidos e aguentamos. Enfim, pensamos que tem de ser e que este tempo por pouco que seja será a rampa de lançamento para um futuro como professores titulares de uma turma.
Entretanto, e tornando pessoal esta situação, após muitos currículos enviados, chega-me a grande notícia: ao fim de 250 dias de tempo de serviço nas AEC’s sou chamada para um colégio IPSS. Para quem não sabe, as IPSS vivem de dinheiro estatal, recebendo uma quantia por aluno, e confidencio-vos à parte, garanto-vos que é um grande negócio. Ao fim de um ano e meio de lá trabalhar sou colocada, por oferta de escola, numa escola estatal. Paradoxalmente, sou colocada no índice 126 e recebo a notícia que nem o tempo das AEC’S nem o tempo da IPSS iriam contar para me passar para o índice 151. E isto sem falar do congelamento do mesmo índice. Não foi à falta de procurar, no sindicato e na Drel, esclarecimento e de exprimir a minha indignação. Contudo, a resposta era sempre a mesma: as AEC’S não contam para a progressão e as IPSS são consideradas escolas privadas.
Resulta daqui a descredibilização do sindicato, o qual, não tendo a culpa, pouco ou nada tem feito para alterar esta realidade. Este distanciamento manifesta-se no insucesso das manifestações e greves que organiza, pois tal como eu, muitos professores sentem o fraco apoio daqueles que os deviam defender.
E termino deixando um apelo: vamos gritar pelos nossos direitos mesmo que isso signifique ficar sem voz, porque antes ficar sem voz por uma causa justa do que tê-la e não poder gritar. Comecemos já na próxima quinta, dia 19 de Maio!

Sofia Luna - Professora Contratada