NÃO SOMOS LIXO!

O governo PSD-CDs, saído das eleições de 5 de Junho, apresenta-se com um programa para a Educação completamente subordinado ao plano da troika FMI/UE. Um programa de cortes de centenas de milhões de euros que vai trazer mais desemprego e precariedade para professores, auxiliares e trabalhadores administrativos, piores condições de aprendizagem para os alunos e a revolta daqueles a quem não deixam ensinar.
É assim com a Educação, é assim com a Saúde e com os serviços públicos em geral. Querem eliminar conquistas sociais que nos custaram décadas de luta apenas para que se mantenha um modelo económico que tudo subordina ao lucro imediato!   
Construir um futuro colectivo saudável é nosso direito inalienável. É direito dos nossos filhos e dos nossos alunos. Não podemos permitir que a juventude e todo o povo que trabalha ou trabalhou sejam sacrificados às necessidades dos sacrossantos “mercados” financeiros. Não reconhecemos a este governo qualquer legitimidade de, para pagar a credores insaciáveis, destruir os serviços públicos e transformar o Estado social num simples guichet!
Não queremos mais do mesmo!

As políticas de degradação da Escola Pública a que temos assistido, particularmente nas duas legislaturas do PS de José Sócrates, levam a que as nossas crianças/jovens não tenham ferramentas essenciais que lhes permitam ser cidadãos de salutar espírito crítico e construtivo. Há muito que os professores são incentivados a tarefas que secundarizam o seu essencial papel, o de serem portadores da melhor instrução e educação para os seus alunos. Submergem-nos em pilhas de papel e tarefas sem sentido. Querem que colaboremos na formação de uma massa de gente acrítica, sem instrumentos que permitam a tomada de consciência, rumo a uma sociedade equilibrada onde a minoria não domine a maioria.
Uma educação de qualidade é um investimento. Ela não se compadece com medidas como, por exemplo, terem passado turmas que integram crianças /jovens com necessidades educativas especiais de 20 para 28 e mais alunos.
Não tenhamos ilusões: o novo ministro da Educação prepara-se para dar continuidade a estas medidas e não representa nenhuma ruptura com o que foi feito pelos governos Sócrates e as anteriores ministras da Educação.
Todos juntos podemos defender a Escola e os serviços públicos

Na defesa da Escola pública não existem dois lados da barricada. Professores e encarregados de educação têm um objectivo comum: a melhor educação para todas as nossas crianças e jovens. Isto não se compadece com medidas economicistas de estrangulamento, nem com planos que desviam dinheiros públicos para a salvação de banqueiros e especuladores.  
Gerir com políticas de economicismo tacanho os dois pilares essenciais do progresso de um povo, a Saúde e a Educação, é um crime!
Por isso entendemos que o nosso trabalho não se esgota no quotidiano intramuros das escolas: é nosso dever levantar a voz pela defesa de uma educação de qualidade na Escola Pública e de todos os serviços públicos. 
Não nos calarão pelo medo e a subserviência. Não somos “lixo”!
Ao plano da troika como respondemos? Qual é o nosso plano?

O movimento 3Rs – Renovar, Refundar e Rejuvenescer o Movimento dos Professores – propõe que intervenhamos em todos os campos, dentro e fora da Escola, para construirmos um sindicalismo combativo que esteja à altura da ofensiva que está em curso. Isto só poderá ser feito com lutas prolongadas e persistentes e um total respeito pela democracia de base nas decisões.
O movimento 3Rs propõe que não só os sindicatos mas também os partidos de esquerda, os movimentos de base do tipo da Geração à Rasca, etc., se unam na resistência aos planos da troika e do governo e sejam pró-activos, ultrapassando o que os separa e construindo uma plataforma de medidas políticas e económicas para responder à crise do país pela esquerda, e não com austeridade atrás de austeridade!
O movimento 3Rs propõe que ajudemos a construir a unidade dos trabalhadores e jovens da Europa contra os governos e os seus planos de austeridade. A luta continuada do provo grego, a fortíssima greve da Função Pública na Inglaterra, as acampadas nas cidades espanholas, etc., mostram que temos o mesmo inimigo comum e que a revolta alastra em todos os países. É preciso unificar essas mobilizações, contra as políticas dos governos que degradam os serviços públicos para beneficiar os mais ricos.

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